top of page
Milena Fidelis

A forte presença do Jornalismo da Unochapecó na Expocom

Por Milena Fidelis

A Exposição de Pesquisa Experimental em Comunicação (Expocom) é uma exposição e prêmio entregue aos melhores trabalhos produzidos por estudantes da área da Comunicação. O curso de Jornalismo da Unochapecó apresenta uma trajetória de vitórias na história da Exposição. Veja abaixo alguns vencedores:


Vencedor na categoria "blog" em 2021, o TCC Repórter foi construído no segundo semestre de 2020, na disciplina de Marketing de Conteúdo. Com 15 storytellings, narrativa na qual a história é contada por meio de um enredo elaborado e cativante, os estudantes relatam, de maneira leve e bem humorada, suas experiências durante a produção do tão aguardado TCC.


A ideia do blog partiu de um desafio do professor Alexsandro Stumpf, que encorajou os estudantes a pensar sobre seus trabalhos de conclusão de curso de forma mais descontraída. Além de também promover e divulgar o curso de Jornalismo da Unochapecó.


Após compreender os principais pontos do Marketing de Conteúdo, os estudantes começaram a produzir seus textos. O Instagram foi utilizado como forma de divulgação do blog, foram compartilhados trechos das produções e muitos outros conteúdos, com intuito de atrair público para o blog.


Segundo a estudante Mirella Schuch, que participou da produção do TCC Repórter, o projeto é muito mais do que um conjunto de textos, ela ressalta que por serem produzidos durante a pandemia, os storytellings refletem o momento vivido pelos estudantes, tornando-se um registro histórico.

“O mais gratificante é saber que, a partir da Expocom, outras pessoas poderão conhecer e acessar o projeto, e isso dá mais visibilidade ao curso, também pode ser uma forma de inspirar outros estudantes”.

Premiado na categoria “Documentário Jornalístico e Grande Reportagem em vídeo e televisão”, o documentário “Eu estou aqui”, produzido pela egressa Ana Laura Baldo, narra a dor e a angústia de mulheres que sofreram violência doméstica durante o período de pandemia. Além de abordar temas como a importância da educação e do debate sobre o tema no ambiente escolar, a Lei Maria da Penha e demais políticas públicas voltadas à proteção da mulher.


A produção foi o resultado do Trabalho Conclusão de Curso de Ana Laura. O filme traz relatos de duas vítimas e entrevistas com especialistas, que falam sobre a violência sofrida e também sobre a importância das redes de apoio.


Segundo Ana Laura o tema surgiu naturalmente, visto que debates relacionados a gênero e a luta das mulheres sempre foram grandes pautas para ela, que sempre procurava tratar sobre esses assuntos em seus projetos.


Produzido de forma caseira com seu celular e sem recursos, Ana Laura cita a importância de vencer a Expocom com seu filme que trata de uma temática tão relevante, cujo principal objetivo era levantar o debate em diferentes espaços.


Ana Laura ainda ressalta a importância de levar a discussão para dentro do ambiente escolar. Segundo ela, a partir da sala de aula, o assunto chega à comunidade e atinge ainda mais pessoas, “nós precisamos falar sobre violência contra a mulher, porque é só dessa forma que vamos desconstruir esse tabu”.


“Se já é difícil denunciar e sair dessa situação de violência quando não se está encarcerada, quando você fica presa dentro de casa com o seu agressor tudo é ainda pior”


Com produção de Alexsandra Zanesco e Isabel Cristina Picolli, o radiodocumentário “Um golaço a favor do respeito” venceu, em 2019, a categoria “Documentário Jornalístico e Grande Reportagem em Áudio e Rádio” da Expocom.


O produto apresenta situações de assédio sofridas por profissionais do jornalismo esportivo em diversos ambientes, ressalta também a luta das mulheres por respeito e igualdade de gênero dentro da área. O radiodocumentário traz entrevistas com profissionais que atuam dentro e fora do Brasil de diversas emissoras de rádio e TV.


Alexsandra conta que a ideia para o produto surgiu devido ao interesse das estudantes pela área esportiva, e pela constatação da predominância masculina dentro dela. “Nós notamos que como mulheres muitas vezes somos desqualificadas e desrespeitadas, então começamos a pesquisar e percebemos que quando se trata de jornalismo esportivo essa questão fica ainda mais delicada”, ela destaca.


Na época de produção do radiodocumentário a campanha “Deixa ela trabalhar” que também evidenciava as dificuldades das profissionais. A campanha foi criada em 2018 por cerca de cinquenta jornalistas de todo o Brasil, com objetivo de chamar atenção para as agressões sofridas pelas profissionais.


Foi através da campanha e das redes sociais online, que Alexsandra e Isabel mapearam mulheres dispostas a compartilhar seus relatos de agressão e desrespeito. Muitas das falas das jornalistas sobre essas situações eram fortes, o que tornava o processo de produção ainda mais sensível, Alexsandra afirma que era muito difícil ouvir repetidamente as histórias durante a edição do radiodocumentário.


No decorrer da produção, o radiodocumentário sofreu inúmeras alterações, segundo Alexsandra a ideia inicial se modificou a partir das referências buscadas pela dupla e também por conta da quantidade de conteúdo recebido das fontes, que foi muito maior do que elas esperavam.


"Eu vejo até hoje os vídeos com muito carinho, lembro o que senti naquele momento. Você sente que está sendo valorizada, quando você recebe um prêmio, quando você chega lá, aquele ano inteiro de trabalho faz muito mais sentido”


Comments


bottom of page