top of page
Alessandra Dias e Christopher Marin

Buenos Aires: Aprendizado profissional e cultural em conjunto

Atualizado: 10 de dez. de 2021

Por: Alessandra Dias e Christopher Marin

Na vivência universitária, para que os estudantes tenham experiências que fujam do comum dentro de sala de aula, a cada semestre eventos são realizados. Sejam eles semanas acadêmicas, aulas integradas, exposições ou palestras, essas oportunidades trazem temáticas e dinâmicas novas que geralmente não são abordadas na grade curricular. Um exemplo disso são as viagens nacionais e internacionais que fazem parte da história do curso e da vida dos acadêmicos.


No caso do curso de Jornalismo da Unochapecó, as viagens têm o objetivo de acrescentar bagagem profissional e cultural aos alunos. Entre as viagens já realizadas no curso, como as feitas em cada expocom/intercom, para Porto Alegre ou São Paulo, uma marcante foi para Buenos Aires, capital da Argentina, que foi realizada mais de uma vez no curso.


Capital do tango e da Argentina, a 2.354 km do Brasil, Buenos Aires impressiona quem a conhece por sua cultura e arquitetura. Ruas cheias de cores, artes e grafites, teatros, museus, praças e outras importantes atrações que contam a história da cidade.




No ano de 2009, as turmas tiveram a oportunidade de visitar a cidade e conhecer seus diversos pontos turísticos, além de veículos jornalísticos importantes. Organizada pela coordenação junto com o Centro Acadêmico (CA), a viagem aconteceu no final de novembro e foi aberta para todos os períodos do curso.


Suzane Gobbi, que estava no oitavo período da graduação, foi uma das estudantes que embarcou rumo à capital. A viagem oportunizou conhecer novas realidades do jornalismo fundamentais para a formação profissional. Para Suzane, foi interessante conhecer os jornais impressos de grande renome e ver de perto a rotina dos jornalistas. “Para mim, que sempre tive mais afinidade com os impressos, foi mais uma forma de consolidar minha decisão por trabalhar nessa área”.


O jornal de maior circulação da Argentina, o Clarín e o Jornal Olé (ambos do mesmo grupo empresarial) fizeram parte do roteiro. Além desses, foram visitados as rádios Nacional e "La voz de las madres", TV Pública Canal 7 e TV canal 13 também do grupo Clarín.


Sair de uma cidade considerada interiorana e ir para uma capital é se deslumbrar com a trajetória do lugar e nada melhor do que museus para conhecer a história da cidade e seus marcos. Ir nos Museu Histórico Nacional e Museu Nacional de Artes foi a parte preferida da viagem para Suzane e algo que começou a apreciar e incluir nos seus passeios.


A experiência ficou ainda mais enriquecedora por ser uma cidade que fala outra língua, e isso não foi um problema para ela e seus colegas. Mesmo não falando espanhol, houve pouca dificuldade na comunicação com as pessoas de lá. Antes de ir, fizeram uma breve pesquisa sobre expressões e como falar algumas coisas básicas.


Da viagem ficou memórias boas, histórias engraçadas e a paixão por conhecer novos lugares. “Tive a oportunidade de conversar e conhecer pessoas em outro país, visitar lugares históricos que só conhecia por foto, além de me aproximar ainda mais dos colegas de turma e de outros períodos. Sempre gostei muito de viajar e essa oportunidade fez ver o quanto é possível aprender e vivenciar durante uma viagem. O roteiro foi muito bem organizado e pudemos explorar diversos lugares”, finaliza.


RELATO DA SEGUNDA VIAGEM


Outro ano que Buenos Aires foi escolhido como destino foi em 2019. Desde as turmas que entraram no ano de 2016 até o período da viagem, a integração entre os quatro períodos seguiu a tradição dos outros eventos como esse. Organizado pelo professor do curso, Dirceu Hermes, o trajeto foi iniciado pela manhã de domingo, dia 15 de setembro.


Como a experiência de visitas a meios de comunicação geralmente se limita ao que está mais próximo e acessível monetariamente, a visita à capital buscou mostrar como o jornalismo é feito internacionalmente. Para isso, os alunos tiveram a oportunidade de visitar o veículo de jornal impresso "Clarín" e a escola de jornalismo“Tea y Deportea”.


Entrar em contato com outro país, com outra língua e cultura, foi um aspecto enriquecedor para os alunos. Como um curso da área de comunicação, trazer sua bagagem pessoal e profissional na interação estrangeira foi um desafio que raramente é vivenciado pelas pessoas. Para a estudante do sexto período( na época, no segundo período), Angela Bueno, foi uma relação de amor e ódio.


“Sempre fui apaixonada pela língua espanhola, porém nas época não tinha estudado muito ainda sobre o idioma e senti dificuldades, mas deu para se comunicar e entender o que os argentinos falavam, e até arriscar um bom portunhol”

Já para o aluno do oitavo período, quarto período em 2019, André de Lazzari, o contato foi facilitado por levar uma bagagem linguística já consolidada. Segundo o estudante, o seu conhecimento sobre a cultura espanhola surgiu em 2011 na internet, ao assistir conteúdos sobre a cultura Chilena, incluindo o Teleton do país. Portanto, o contato desde cedo com as televisões da américa latina foi essencial na viagem.


Participar da viagem foi um momento decisivo de integração aos colegas, principal aspecto presente nas viagens e eventos dos cursos na graduação. Como um dos melhores momentos do curso, segundo Angela, as visitas aos veículos jornalísticos, às cidades, a aproximação com os colegas, tudo isso foi guardado com muito carinho e saudade no seu trajeto como jornalista. Para André, que ainda não conhecia alguns calouros, o momento de conexão trouxe tanta riqueza de conhecimento quanto às visitas. Isso também foi um momento raro de integração, segundo o aluno. Como sua turma já tinha praticamente todos empregados, a dificuldade de conseguir dispensa impedia certos eventos de reunirem a todos, mas felizmente esse contou com a maioria presente, com 41 pessoas participantes.


A visita aos veículos jornalísticos também foi um ponto enriquecedor para a experiência de ambos. Para Angela, que atualmente trabalha em um jornal digital, poder acompanhar o processo do impresso, da escrita de outro país, foi uma experiência marcante. “Me encantei pelo espaço e fiquei com o desejo de um dia poder atuar em um veículo impresso como o que visitamos”, conta.


Já pela perspectiva de André, o contato possibilitou a comparação entre a produção argentina e a brasileira. Para o aluno, a visita ao Clarín e na sua grande redação, trouxe a sensação de que os jornalistas argentinos possuem mais protagonismo na rotina produtiva, aspecto que no Brasil fica mais evidente aos editores. Além disso, a visita ao Olé trouxe a percepção à questão estética do jornalismo esportivo, que, segundo André, traz uma linguagem mais diferente com o torcedor que no Brasil.


Por fim, além do profissional, o pessoal também teve seu destaque na experiência dos estudantes. Angela descobriu com a viagem que a comunicação com as pessoas, de diferentes nacionalidades, podem se transformar em conexões indispensáveis. "Não podemos ter receio de se comunicar com as pessoas, mesmo em um país diferente, pois essas conexões podem agregar um conhecimento muito valioso para o nosso amadurecimento e expansão de horizontes”, Conclui.


As barreiras de entrosamento e comunicação de André foram quebradas justamente na viagem. Após 1 ano de universidade como uma pessoa mais tímida, fechada, estar em outro país proporcionou que seu ser fosse colocado a prova. Da oportunidade e dos desafios que se colocou, barreiras foram quebradas e novas portas foram abertas para sua vida profissional e pessoal.


“Eu era uma pessoa que deixava que a minha criação de casa, de igreja, me prendesse e não deixasse o que era preciso ser mostrado. Na viagem meus princípios e fé foram testados, e a partir disso pude me relacionar mais com os colegas, fiz grandes amigos, tive novas experiências profissionais no curso e fora dele. A viagem foi um rompimento de padrões, e sou muito grato a isso”



Comments


bottom of page