Por Katlen Karczewski
O dicionário define tradição como ato de transmitir ou entregar algo; uma herança cultural ou um legado de crenças que é passado de uma geração para outra. Resumindo, a tradição é aquilo que recebemos de pessoas que chegaram antes de nós em determinado lugar e que, em algum momento, iremos repassar para os próximos. Quando pensamos em tradições do curso de Jornalismo da Unochapecó, uma das primeiras coisas que vêm à mente são as recepções de calouros. Querendo ou não, em algum momento do curso, todo estudante ficou ansioso por esse evento.
Ingressar na universidade é um sonho para muitos. Geralmente, quando conclui-se o Ensino Médio, uma das perguntas que surgem é: “Que faculdade vou fazer?” Esse é, sem dúvidas, um período de grandes mudanças, descobertas e desafios. E a entrada para a vida acadêmica não é diferente. Pensando nisso, o curso de Jornalismo promove a recepção dos calouros com o intuito de acolher e apresentar o campus universitário aos ingressantes. “A intenção do curso em promover esse evento é pensada principalmente aos novos ingressantes. Esses alunos ainda não conhecem a estrutura da universidade, os professores e a dinâmica do curso. É um momento de apresentação”, explica a coordenadora do curso de Jornalismo, Angelica Lüersen.
Por se tratar de um encontro habitual do curso, há todo um envolvimento para que tudo ocorra de fato. Cabe à última turma de ingressantes, eleger uma “comissão” que ficará responsável pela organização do evento. Em 2019, os acadêmicos organizadores foram Briann Ziarescki, Fernando Bortoluzzi e Stefania Martinelli. De acordo com Fernando, o intuito deles era organizar uma recepção bem divertida, assim como a que eles tiveram em 2018. “É um momento bacana, que as pessoas estão ingressando na faculdade, com as expectativas altas, querendo conhecer o curso e os demais estudantes”, complementa Fernando.
Angélica explicando aos calouros como se localizar na Unochapecó, em 2019.
Foto: Arquivo Acin Jornalismo
Veteranos e calouros reunidos na recepção em 2019.
Foto: Arquivo Acin Jornalismo
Já em 2020, os estudantes escolhidos para a função foram Jaine Rodrigues e Rafael Pedroso. “Como é um momento muito esperado pelos calouros, queríamos planejar algo que realmente atendesse essas expectativas e fosse legal”, salienta Rafael. É de praxe o chamado apadrinhamento dos calouros, cada veterano terá um ou mais afilhados. Essa prática é muito importante para que esse vínculo exista, o padrinho, ou madrinha, se dispõe a sanar as dúvidas do calouro e aconselhar em demandas dos próprios componentes curriculares.
A edição em que Rafael foi um dos organizadores, foi a última que ocorreu. Nela, foi feito um resgate da importância do jornalista para a sociedade e que seus princípios profissionais devem ser regidos pela ética. Foram entregues aos calouros uma cópia do Código de Ética dos Jornalistas, uma camiseta e um boton do curso. “Trouxemos essa perspectiva de seriedade que envolve o Código de Ética, mas também houveram momentos de descontração, explicamos sobre o Centro Acadêmico do curso (Cajor), apresentamos os professores e demais colegas”, reforça Rafael.
Esse tipo de atividade, segundo Angelica, segue as orientações da instituição. Na Unochapecó não se tem intenção de fazer com que os alunos passem por situações constrangedoras, como são os populares trotes, pelo contrário, procura-se fazer essa integração da maneira mais afetuosa possível. “Esse é um momento de acolhida, buscamos esse sentimento como princípio”, ressalta a coordenadora.
Angélica ainda comenta que as atividades desenvolvidas nas recepções de calouros variam muito, já que cada ano é uma turma diferente que fica responsável. Além disso, o Cajor e o Núcleo Discente Efetivo (NDE) também auxiliam em algumas ações.
Caroline Sacardo é da turma de calouros mais recente do curso, ela ingressou em 2020 e compartilha do mesmo sentimento de Angelica: “foi um momento de acolhida”, diz ela sobre o ingresso no curso de Jornalismo. Devido à pandemia de Covid-19, Caroline e seus colegas não puderam ter muitas vivências presenciais no curso, já que as aulas foram suspensas. Apesar disso, muitos encontros integrados entre as turmas puderam proporcionar trocas de experiências importantes.
“Entretanto, mesmo com pouco tempo de aulas presenciais, foram dias intensos e de reaprender a viver, já que eu sou natural de uma cidade pequena e quando vim à Chapecó encontrei outros modos de vida, diferentes do que eu estava acostumada”, relembra Caroline. Ela ainda comenta que suas expectativas foram superadas, que não imaginava que tantas mudanças - para melhor- aconteceriam em pouco tempo.
Rafael ainda reforça que a recepção dos calouros é um momento importante, já que muitos dos novos alunos vêm de outras cidades e com grandes expectativas. “Nessa perspectiva, tem muitos alunos que vêm de fora e se sentem perdidos, a ideia da recepção é de que possamos entrosar todos, para que ninguém se sinta excluído, mas sim parte do curso”, complementa.
Pedroso também salienta que “quanto mais suporte e dedicação damos para os calouros, mais eles vão se sentir bem dentro do curso para eles poderem ser eles mesmos, isso é muito importante. Nós como veteranos, estando há um ano na universidade, devemos dar um suporte a eles, e também direcionamento, que devem continuar ao longo do curso. Depois da experiência de calouros, eles vão ser como nós, colegas de trabalho e amigos, então é importante que eles tenham esse nosso apoio, auxílio e suporte”.
Caroline e seu padrinho Claudistone, na recepção de 2020.
Foto: Arquivo Acin Jornalismo
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